Com um novo ano a aproximar-se, chegam também as tendências de RH para 2025.
Aliás, muito se engana quem pensa que este setor não precisa de estar atento às novidades ou que não precisa acompanhá-las. Isto porque as mudanças sociais, tecnológicas e culturais também afetam o mercado de trabalho. Consequentemente, os departamentos e profissionais de RH das empresas também precisam entender todas essas mudanças.
Por isso, se você quer manter-se atualizado(a) com as tendências de RH para 2025, acompanhe o artigo abaixo.
Quais as Tendências de RH para 2025?
- Employee Experience
- Gig Economy 2.0
- Atualização nas Soft Skills de Líderes
- ESG e Diversidade
- IA no RH
Porque são estas as tendências de RH para 2025?
Nos últimos anos, diversos acontecimentos na sociedade impactaram a forma como muitas pessoas encaram o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Acontecimentos como a pandemia de COVID-19, o avanço nas tecnologias de processamento de dados, a melhoria nas IAs, a entrada da Geração Z no mercado de trabalho, para além de várias outras coisas, transformaram profundamente a relação do indivíduo com o trabalho.
Na tentativa de melhor entender os impactos destas mudanças sociais no dia a dia das empresas, estes temas fomentaram diversos debates em congressos, análises para a criação de novas estratégias em empresas e inquéritos e estudos em Portugal e em todo o mundo.
Assim sendo, por se repetirem muito nestes espaços de debate e de estudos e por serem vistos como dificuldades reais e comuns por diversos profissionais, estes temas acabaram por gerar estas 5 tendências que irão impactar os departamentos de RH – não só em 2025, mas deste ano a diante.
Por que considerar seguir estas tendências de RH em 2025?
Como referido anteriormente, a sociedade sofreu transformações profundas que fomentaram estas tendências. Por isso, estar a par destas tendências de RH ajuda na reflexão, preparação e planeamento de ações para o ano de 2025 e até mesmo para anos futuros.
É claro que talvez alguns profissionais não queiram seguir todas as tendências apresentadas ou talvez o setor de mercado onde a empresa desse profissional atua não seja diretamente afetado por alguma delas, mas tentar acompanhar ou pelo menos estar ciente destas transformações é importante para compreender o futuro do RH.
Isto porque os profissionais de RH que não procurarem entender ou adaptar-se a estas mudanças poderão afetar diretamente o bem-estar dos colaboradores, a forma como os gestores irão lidar com estas mudanças, a imagem da empresa no mercado e até futuras contratações.
Aprofundando as tendências de RH para 2025
Agora que sabemos por que estas são as tendências de RH para 2025 e o motivo para as tentarmos seguir, vamos entender melhor cada uma delas.
Employee Experience
Employee Experience (ou Experiência do Colaborador) consiste em aplicar o design de experiência no mundo empresarial. Ou seja, considera todos os pontos de contacto do colaborador com a empresa e procura projetá-los ou otimizá-los para que o bem-estar do funcionário seja o maior possível e os atritos minimizados ou evitados. Ao fazê-lo, em troca, espera-se que o colaborador se foque nas suas tarefas e entregue melhores resultados.
Alguns exemplos dessa prática são melhorias em processos de RH, etapas na carreira deste colaborador, oferecer desconto em produtos ou serviços, criar eventos internos, investir em ferramentas e até em ambientes. Todas essas coisas são planeadas para estimular positivamente o colaborador, fazendo com que a sua produtividade, envolvimento e dedicação com a empresa aumentem.
Estes esforços em manter o bem-estar do colaborador elevado vão ao encontro de uma série de transformações na sociedade que aconteceram ao longo das últimas 4 décadas e que refletem a nova forma de encarar a relação entre pessoa e trabalho.
Questões como acesso à educação superior, a ascensão das redes sociais e o individualismo promovido por elas, a pandemia de COVID-19, a entrada da Geração Z no mercado de trabalho e a população portuguesa com altos números de burnout mostram que os atuais trabalhadores estão mais exigentes, individualistas e preocupados com a saúde física e mental do que décadas atrás.
Por isso, apesar de não ser necessariamente a mais recente de todas, a Employee Experience tem-se tornado cada vez mais relevante. Por isso, este assunto ressurge ano após ano como tendência de RH com mais força.
Gig Economy 2.0
Tal como a relação entre empregado e empregadores exigiu mudanças, a relação entre “freelancers” e contratantes segue o mesmo caminho. Isto porque a Gig Economy 2.0 é a tendência de RH do momento para estes tipos de trabalhadores.
A palavra “gig” vem do inglês e, neste caso, significa algo como “trabalho por demanda”. Sendo assim, a “Economia do Trabalho por Demanda” poderia ser melhor entendida como a “Economia dos Freelancers” ou até mesmo a “Economia dos Biscates”.
Biscates, trabalhos temporários/por projeto ou freelancers já são modelos bem conhecidos de todos. No entanto, negócios como a Uber catalisaram o aumento do número de trabalhadores informais a atuar sem vínculo empregatício. Isto, por sua vez, afetou desde a rapidez do trajeto com Uber até à criação de legislação e o debate sobre a qualidade de vida destes trabalhadores.
E a Gig Economy 2.0 foca-se precisamente na qualidade de vida de profissionais que não têm vínculo, mas trabalham quase exclusivamente para um cliente. Entregadores, programadores, redatores e outros profissionais que trabalham deste modo não usufruem de alguns benefícios, e a Gig Economy 2.0 tenta pensar na possibilidade de recompensar melhor estes profissionais.
Ferramentas, bónus, dias de descanso, seguros e modelos similares a planos de carreira são algumas das bonificações debatidas para que a empresa possa ao mesmo tempo valorizar estes freelancers sem que crie vínculos empregatícios. Tudo isto é feito para fidelizar o freelancer e garantir que resultados ainda melhores sejam alcançados através deste tipo de contratação.
Atualização das Soft Skills de Líderes
Já não basta um líder conhecer bem o trabalho operacional. É preciso também saber gerir pessoas. Por isso, hoje em dia as soft skills dos líderes são cada vez mais necessárias para garantir um bom desempenho de toda a equipa.
Características como comunicação clara, capacidade de adaptação, inteligência emocional, escuta ativa, proatividade, capacidade de aprender ou ensinar e habilidade com resolução de conflitos são cada vez mais importantes para um convívio positivo de líderes e liderados dentro da empresa.
O embate entre a geração Z com gerações anteriores fomentou esta necessidade de renovação das soft skills por parte dos líderes e destacou este tema como tendência de RH para 2025. Hiperconectados, inclusivos, expressivos e individualistas, a geração Z muitas vezes entra em atrito com os valores centrados no trabalho e não no indivíduo. Sendo assim, cabe aos líderes saber como solucionar, contornar ou até mesmo balancear esses conflitos.
ESG e Diversidade
ESG é a sigla para Environmental, Social and Governance (ou seja, Ambiental, Social e Governança). Estes são os três pilares desta tendência de RH para 2025, mas o termo já existe desde, pelo menos, 2004. Em resumo, o ESG destaca a necessidade de aliar lucro com sustentabilidade, realidade social e boas práticas de governabilidade.
Sendo assim, o E de Environmental dá indicações para as empresas seguirem práticas de cuidado ambiental. Uso de energias renováveis, descarte correto de resíduos, proteção do meio ambiente e redução de poluentes são alguns exemplos.
Já o S de Social mostra indicações para as empresas se relacionarem com os seus stakeholders. Algumas das diretrizes envolvem liderança humanitária, criação de políticas para bem-estar físico ou mental de funcionários, atenção com fornecedores (tópico que tem relação com a Gig Economy 2.0, com trabalho escravo e o respeito aos direitos trabalhistas) e se comprometer com a diversidade dentro da sua empresa.
A diversidade, inclusive, tem-se tornado assunto fixo dentro das empresas, virando até comitês ou um departamento exclusivo. Questões como inclusão de LGBTI+, idosos, população estrangeira e PCDs são pautas importantes em grandes empresas e que estão indo além de ações pontuais.
Por fim, o G de Governance trata da transparência e boa gestão administrativa. Algumas das boas práticas desse pilar envolvem a transparência fiscal e contabilística, relação clara com imprensa, investidores e acionistas, comprometimento com práticas de compliance, processos bem definidos de sucessão para liderança, canais de denúncias, práticas de combate à corrupção, entre outros.
Todos esses esforços não impactam apenas no marketing da empresa. Eles também afetam o acesso a investimentos (uma vez que muitos investidores exigem práticas de ESG), na isenção fiscal e até na garantia de que a empresa está de acordo com as legislações e regulamentações.
IA no RH
Por fim, a última tendência de RH em 2025 é o uso de IA neste departamento. No último ano, as inteligências generativas foram aprimoradas e expandidas, podendo fazer cada vez mais coisas e ajudando na desburocratização da rotina de profissionais de RH.
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Conclusão
Nota-se a mudança na relação entre colaborador e trabalho. Hoje em dia, a valorização do bem-estar é vista como fundamental para o mercado de trabalho. Os colaboradores entendem que o emprego já não é o centro da vida, mas sim parte dela e precisa de ser equilibrada com todo o resto.
Tendências como Employee Experience, Gig Economy 2.0, atualização das soft skills de líderes, ESG e diversidade e o uso de IA no RH para lidar com questões burocráticas reforçam a necessidade de valorização do indivíduo para que ele melhore a qualidade dos seus resultados e possa aumentar a sua produtividade.
Em resumo, estas tendências de RH para 2025 visam ajudar os profissionais de RH a abraçarem, superarem ou lidarem com transformações que foram fruto de mudanças sociais. Cabe a cada profissional decidir se vale a pena segui-las e como aplicá-las.